Economia e Estrutura Fundiária

A estrutura fundiária na APA do Pratigi, consiste em um fator determinante pa­ra traçar o perfil de políticas sociais, am­bientais e agrícolas da região.

Outro fator importante, relacionado à economia rural é o tipo e a intensida­de do uso da terra. As culturas agrícolas representam a receita familiar de gran­de parte da população rural, e também de muitos moradores do centro urbano, que mantêm ou complementam a ren­da familiar com a atividade agrícola. Os principais produtos cultivados são: ca­cau, seringa, banana, piaçava e mandioca. No entanto, essas atividades, principalmente as ligadas às lavouras temporárias, normalmente estão asso­ciadas a técnicas inadequadas de plantio, como a utilização de queimada e supres­são da vegetação nativa, tornando o solo mais vulnerável à erosão laminar, acele­rando seu processo de degradação, acar­retando em perda de biodiversidade e assoreamento de grande parte dos leitos fluviais da região.

No ano de 2010, o total do Produto Interno Bruto – PIB dos cinco municípios abrangidos pela APA do Pratigi alcançou o valor de 389,42 milhões de reais repre­sentando apenas 0,3% do PIB do Estado da Bahia. Entre os anos de 1999 e 2007, embora o PIB da Área tenha apresentado uma expansão equivalente a 7,9%, essa participação em relação ao Estado foi reduzida em 0,1%, significando, portanto, que, em comparação com a Bahia, a área estudada apresentou um ritmo de cres­cimento de sua economia menos inten­so. Entre os anos mencionados, quando se compara a participação de cada setor econômico na formação do PIB estadual, a presença mais importante da região é observada no setor agropecuário da eco­nomia, com percentuais de 2,1% e 1,3% respectivamente. As participações regio­nais nos setores industrial e de serviços na formação do PIB estadual foram in­significantes, uma vez que os percentuais foram de 0,1% e 0,3% para esses dois se­tores econômicos tanto em 1999 quanto em 2007.

 

No que tange ao orçamento anual dos 5 municípios os últimos dados divulga­dos pelo IBGE apontam acentuada des­ proporção em relação ao município que mais arrecada, Ituberá aos demais, fican­do este com 35,84% do total da receita gerada com arrecadação e repasses es­taduais e federais, conforme evidenciado na tabela 4.

É interessante correlacionarmos o da­do de arrecadação com o de população e verificarmos que Ituberá é o único mu­nicípio da APA que apresenta população urbana maior que a rural.

Outro dado a ser observado é o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH, que mede a evolução da qualidade de vida humana de cada município considerando os indicadores de longevidade, educação e renda per capita. Analisando o IDH do Brasil em 1991 e 2000 que eram respec­tivamente de 0,696 e 0,766, observa-se na Tabela 5, que todos os municípios da região da APA do Pratigi em 1991 apre­sentaram um baixo IDH, ficando abaixo da média nacional. Já no ano de 2000 todos foram classificados como um IDH médio, mas o índice continuou abaixo da média nacional e estadual.

Com relação ao tamanho de proprie­dades rurais, na Tabela 6 pode ser ob­servado o padrão dos estabelecimentos segundo os grupos de área. Estabeleci­mentos com menos de 100 ha perfazem 94 % dos imóveis rurais na APA do Pratigi, confirmando a grande importância de um programa de desenvolvimento sustentá­vel que agregue os pequenos produtores da zona rural, que em sua maioria traba­lham no sistema de agricultura familiar. Dessa forma, é inconcebível pensar em conservação ambiental sem levar em consideração alternativas econômicas para a maior parte da população que ocupa o meio rural.



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